R & R | TITO MOURAZ

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Armazém Do Chá / Estaleiro Fotográfico
estaleirofotografico.com

R & R de Tito Mouraz

08 Maio / 30 Maio

No espaço industrial de um edifício do século XIX, onde outrora funcionou uma empresa de torrefacção, encontramos agora um lugar que redimensiona a alma da zona da Baixa do Porto, um espaço alternativo, onde se pode tomar um café ou um chá com um doce, ou então por que não apreciar um copo de vinho acompanhado por um petisco, relaxar ao fim da tarde ao ritmo de sons calmos, ou seguir pela noite dentro e dançar ou assistir a um concerto ao vivo. O Armazém do Chá com um ambiente cosmopolita tem tudo para convidar à saída.

Com o restauro a cargo da arquitecta Joana Rafael, o espaço manteve a traça rústica original e ganhou simultaneamente uma dimensão acolhedora com o branco a cobrir as paredes e os tubos de ventilação a nu sob os tectos altos. Objectos do antigo armazém como sacos de chá empilhados ou um monta-cargas mesclam uma decoração minimalista que une mobiliário moderno a uma série de objectos retro.

Com vista a promover e apoiar a fotografia, o Armazém do Chá cria agora o Estaleiro Fotográfico. O Estaleiro irá dinamizar o terceiro andar, que se encontrará completamente recuperado a partir de Setembro, com o intuito de ser uma sala de exposições dedicada à fotografia e à realização de workshops bem como outras actividades. Pretende-se a promoção regular de exposições, onde participarão profissionais consagrados e novos talentos nacionais e internacionais, e a realização de workshops temáticos na área da fotografia.

O Estaleiro Fotográfico mostrou-se em Abril através do olhar do fotógrafo José Manuel Bacelar com o trabalho intitulado In-Between. Depois do sucesso desta exposição que atraiu muitos visitantes ao Armazém do Chá e contou com boas criticas segue-se agora Tito Mouraz com R & R. Esta exposição é uma parceria entre o Estaleiro Fotográfico e a Escola Superior Artística do Porto (ESAP) integrada na programação do MAIOCLARO II, festival de Fotografia da ESAP que decorre de 1 a 31 de Maio.



MAIOCLARO
maioclaro.com

Nascido sob o signo da claridade ai está o MAIOCLARO II, festival de Fotografia da Escola Superior Artística do Porto. Depois da inevitável experiência de campo, os finalistas do Curso Superior de Artes Visuais - Fotografia assumem a decisiva prova do valor global do conceito avançado.

O projecto MAIOCLARO II – Reflexões Sobre Fotografia é composto por várias acções e será revelado através de exposições, encontros Territórios da Fotografia, a publicação da revista MAIOCLARO II, workshops e um concurso de revelação de novos talentos : MAIO_revelação. Acontecendo nas instalações da ESAP e em vários espaços culturais do Porto, o mês da Fotografia MAIO-CLARO chega com a proposta de aprofundar a realidade da fotografia contemporânea estabelecida dentro do universo das múltiplas Artes, contando com a presença de novos valores que são e serão criadores dessas novas linguagens de aplicação à Fotografia.



R & R

R & R são restos e rastos, são as memórias que ficaram, são os restos perdidos, são os rastos achados...

Decidi optar pelo abandono. As imagens retratam edifícios industriais desactivados, destruídos, em total degradação...

O meu propósito neste projecto sobre arquitectura industrial não foi só fazer um levantamento fotográfico ou um inventário de ruínas, degradação ou abandono de diversos edifícios, na sua maioria industriais, mas criar no espectador após uma visualização das imagens, uma série de questões e interrogações acerca do significado das mesmas, o porquê, como aconteceu, há quanto tempo. Questiono-me também sobre a sua utilidade, o tipo de pessoas que frequentavam estes lugares, convidando, assim, o espectador a penetrar na imagem e a depositar a sua atenção nela e no seu hipotético significado.

Esta série é uma viagem no tempo e, simultaneamente, a um lugar onde o homem é omnipresente, restando só rastos e restos dele. Apenas captamos a sua passagem, através de pormenores como vidros partidos, tubos ou mangueiras perdidas, máquinas e peças que não se movem e já não encaixam, dando-nos a noção de um tempo que, claramente, já existiu.

Todos estes factores têm um denominador comum, a intervenção do homem, vindo assim confirmar a ideia de que nada é para sempre por mais que seja essa a vontade e desejo, opondo-se, assim, ao seu propósito primordial. As imagens centram-se no espaço no homem e no tempo, representando assim um conjunto de emoções e sensações, através de sombras, ângulos, luz e cor, transportando-nos para uma real existência muitas vezes longe dos nossos olhos.

Apesar das ruínas representarem tragédia, decadência e abandono há algo nelas que me cativa, são lugares completamente inúteis, degradados, á margem da sociedade, mas simultaneamente mágicos, enigmáticos, carregados de jogos de luz e de formas, conceptualizando o irreal e as formas que nem sempre são contempladas e que nem sempre são reais.


Tito Mouraz
Tito Mouraz nasceu em Viseu em 1977. Entusiasta da fotografia desde muito novo, ingressa, em 2008, na ESAP onde continua os seus estudos frequentando o 2ºano do Curso de Artes Visuais - Fotografia. Actualmente vive e trabalha no Porto.

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